5.05.2006

I

I. Quem saberá se ouvi o que disseste naquela manhã? O sono era ainda rei dentro de mim. E o sonho estava ainda vivo nos meus olhos, já então abertos. O que quer que tivesses dito não pude esquecer. Nem, tampouco, lembrar. Porque não meu. Essas palavras eram, também, fruto do teu sono e do teu sonho (não tuas por isso). Éramos ambos alucinados. Vivíamos o transe, o sufoco calmo da noite possessa de nós – sonâmbulos matinais. Do que falaste, afinal, nem tu te lembras. Fazia vento e chuva lá, do outro lado da janela branca, e nós, felizes, éramos mudos no que dizíamos – pois que não nos falámos – e surdos no que ouvíamos – pois se não nos escutámos. É-me difícil confessar que não ouvi da tua boca essas palavras que não sei sequer se as pronunciaste. Falarei, portanto, de um momento que não sei se foi vivido, de palavras não ditas. De um sonho, talvez. Insegurança. Este o meu mote.

3 Comments:

Blogger Porquê? said...

Ólá,
obrigada pelas tuas palavras no meu cantinho.
E parabéns pela tua escrita, fiquei mesmo sem palavras!
Até breve

9:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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1:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bonjour, jeosoliloquio.blogspot.com!
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3:19 da tarde  

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